Neste momento, podemos afirmar com toda a certeza que a nossa sociedade e a nossa vida se definem pelo conceito “fast”. Fast fashion, fast food, fast living, fast cars, fast … Estamos a dar cabo de nós e a dar cabo do planeta, mas estamos sempre tão ocupados e com tanta pressa que não conseguimos perceber isto. De forma a tentar contrariar esta tendência, foi criado o Movimento Slow, já no ano de 1986, em Itália.
O Movimento Slow preconiza que vivamos no ritmo adequado para o bem-estar e desenvolvimento pessoal, social, comunitário e ambiental. Tendo por base estes princípios, o conceito poder ser adaptado a qualquer área ou dimensão da nossa vida. Na moda, apresenta-se como uma alternativa à produção em massa que, infelizmente, ganha cada vez mais adeptos de dia para dia.
O termo “Slow” surge não apenas em contraposição ao “Fast”, mas apresentando-se também como uma nova abordagem ao design e à moda. Em termos práticos, defende o desenvolvimento de peças versáteis, produzidas com materiais de qualidade e com um design intemporal, que possam ser usadas por muitos anos sem passarem de moda.
A Slow Fashion quer impor-se como um conceito de moda lenta, que defende a aposta em roupa que dure, na reciclagem, no “faça você mesmo” (DIY) e num novo modelo de consumo mais ético e responsável. Aqui, é dada prioridade à qualidade do trabalho e do produto final, levando em consideração a durabilidade, originalidade e acabamentos dos produtos, assim como as condições de trabalho e habilidades individuais de quem trabalha no processo criativo. Na sua essência, trata-se de tornar mais humano o processo de criação de produtos de moda, respeitando os trabalhadores, as comunidades, os consumidores e o planeta.
Moda Para um Desenvolvimento Social e Ambiental Sustentável
Alguns princípios do movimento Slow Fashion:
- Apostar em roupa que dure em oposição às tendências de moda rápida que custam muito ao ambiente e à economia das pessoas e famílias:
- Apoiar os produtores artesanais produtores de peças produzidas em pequena escala;
- Privilegiar a reutilização de materiais, o “upcycle” e a compra em 2.ª mão;
- Utilização de materiais provenientes do comércio justo, de preferência biológicos;
- Valorizar projetos de moda de cariz social que beneficiem as comunidades locais, os territórios e os países em desenvolvimento;
- Trocar a quantidade pela qualidade;
- Consumir de forma mais responsável e menos impulsiva, mais moderada e autodisciplinada;
- Apostar em peças com desgin mais clássico, para evitar passar de moda.
E como em tudo… Só depende de nós!