Já sabemos que a indústria da moda é uma das mais poluentes a nível mundial. Já sabemos que os custos a nível ambiental são completamente incomportáveis. Agora importa saber qual o nosso papel, enquanto consumidores e enquanto parte fundamental desta engrenagem. Como é que podemos afinal causar impacto positivo? Como podemos mudar a indústria?..
SER CONSCIENTE
Há uns tempos escrevi esta publicação sobre a nossa relação com o consumo, onde defendo que o problema que vivemos atualmente não se prende tanto com o consumo (que é necessário), mas antes com o consumismo: consumimos por impulso, porque está barato ou porque toda a gente tem, sem nos questionarmos realmente se precisamos do que compramos.
Apesar da indústria da moda ser um ramo que normalmente visa a produção e o consumo desenfreado com a efemeridade a dominar o ciclo de vida dos produtos, onde se observa a predominância da fast fashion, cabe-nos a nós travar esta loucura, parar de compactuar com a indústria, dizer basta.
REDUZIR O CONSUMO
O sistema de moda impulsiona o consumo desenfreado, incentivando o consumidor a seguir tendências, cria uma vontade de substituir as peças e acessórios por novos modelo a cada nova coleção. A acessibilidade à moda, proporcionada pelas novas tecnologias e pela globalização, também contribui para impulsionar o consumo, onde observamos a rapidez com que novas tendências chegam as lojas e a informação chega aos consumidores, que são cada vez mais estimulados a consumir.
Já pararam para pensar na quantidade de coisas que possivelmente têm em casa e que nunca (ou quase) nunca utilizaram? As compras por impulso são um dos nossos maiores inimigos e a maior parte das vezes, a sensação de novidade perde-se mesmo logo ao chegar a casa. Depois, passa a ser mais uma coisa que temos e que não tem qualquer significado para nós.
Reduzir o consumo é o grito de ordem! Já pararam para pensar como seria se todas as coisas que têm fossem as vossas favoritas?
COMPRAR É VOTAR
A maior parte das vezes achamos que as nossas escolhas não têm importância nenhuma, mas na verdade pequenas mudanças podem ter grandes implicações. Para começar, temos um papel a dizer nas decisões empresariais de continuar com a forma atual de produzir as coisas ou de encontrar novas alternativas. A mudança de pequenas escolhas de compra decide a sorte das marcas que competem pelo nosso dinheiro.
Temos que ter bem presente que cada vez que compramos alguma coisa, estamos a votar. Estamos a votar num produto, numa empresa, num serviço. Estamos a concordar com os ingredientes, modos de produção, políticas sociais, ambientais ou humanas que estejam por trás. Estamos a fechar os olhos e a mostrar que estas entidades não precisam de mudar. Estamos a compactuar e a optar pelo mais fácil.
Por isso temos que aprender a recusar tudo o que não faz sentido para nós, para a nossa vida, para o ambiente.
Temos que escolher como queremos usar os nossos votos.
ESTAR INFORMADO
O poder para começarmos a mudar o paradigma da moda está nas nossas mãos. Mas para o fazermos, precisamos de estar informados, precisamos de conhecer a realidade dos modos de produção das matérias primas e do produto final, precisamos de conhecer os impactos, precisamos de conhecer as pessoas. Precisamos de nos importar.
Enquanto consumidores, temos o dever de nos envolver. Apenas com mudanças nos nossos comportamentos e nos nossos padrões de consumo conseguiremos traçar o caminho rumo a uma sociedade mais justa e mais sustentável.
Todas as mudanças começam por nós.
Adorei este artigo. É por aqui que se começam a mudar mentalidades – foi por aqui que começou comigo. Foi quando percebi que não preciso de consumir porque é moda, ou porque sim, que alterei os meus hábitos de compra. Parabéns pelo blog!
Muito obrigada pelas palavras, Cláudia! 🙂
O poder está todo do nosso lado, só temos que nos aperceber disso! Depois é só ter coragem para agir 🙂
Muito importante essas reflexões. Não é fácil mudar hábitos, mas aos poucos acredito que todos podemos melhorar. Obrigada por compartilhar com a gente!
É verdade, não é nada fácil… Mas o mais importante é mesmo começar 🙂 um beijinho!